Ondas acústicas no tratamento da dor
A Terapia por Ondas de Choque se consolida como uma nova tecnologia capaz de
reduzir a dor nos pacientes que sofrem de dores crônicas, além de se mostrar bastante
eficaz na reparação e regeneração dos tecidos lesados.

Os estudos sobre a dor indicam que de 10% a 55% da população sofrem de dores
crônicas, em nível mundial. Apontam, ainda, que a dor crônica possui aumento
progressivo de acordo com a idade, atingindo seu pico por volta da sétima década. Já
no Brasil, diversas pesquisas demonstram uma prevalência significativamente maior do
que a média mundial, algo em torno de 41%. Tal índice deixa o Brasil como um dos
países que mais sofre de dores crônicas no mundo.
Apesar do cenário não ser muito motivador, novos conceitos e tecnologias têm
favorecido o desenvolvimento de uma medicina da dor, gerando grande melhora na
assistência global ao paciente que sofre por dor crônica. É o caso da Terapia por Ondas
de Choque (TOC), uma das recentes estratégias que vem se mostrando bastante eficaz
na redução da dor.
O nome pode soar um pouco intimidador mas, ao contrário do que possa parecer, a
Terapia por Ondas de Choque é um método não invasivo e de fácil aplicação, que não
requer anestesia e poder ser realizada no próprio consultório médico. As Ondas de
Choque são, na verdade, ondas acústicas (sonoras) que transportam alta energia para
os tecidos promovendo a cura e reparação.
Esta terapia estimula o processo de autocura natural do corpo e há, geralmente, uma
redução importante da dor e maior facilidade de movimento após as sessões.
Ações biológicas
Os efeitos que a Terapia por Ondas de Choque provoca no organismo podem ser
divididos em três estágios. No primeiro, há um imediato reparo da inflamação. Nesta
fase, ocorre o bloqueio vascular nas áreas lesadas, estancando o sangramento e
extravasamento de líquidos, bem como acontece a ativação do sistema imunológico, a
analgesia e a ação anti-inflamatória.
O segundo estágio tem início em dois a 10 dias após o tratamento. É o momento no
qual se inicia a proliferação de novos vasos sanguíneos, ocorre a recomposição da
matriz extracelular e marca-se o começo do processo de reparação da lesão.
Por fim, o terceiro estágio é o processo de remodelamento. Ele acontece de 2 a 3
semanas após o tratamento até a reparação final. É neste ponto que se dá a
estabilização da lesão e a neovascularização, onde os vasos sanguíneos recentemente
formados melhoram o fornecimento de sangue e oxigenação que leva a uma
cicatrização mais rápida.
Dessa forma, a Terapia por Ondas de Choque tem seu foco na reparação tecidual e
regeneração, principalmente na área das desordens músculo-esqueléticas. E já está
bem estabelecido que esses efeitos das Ondas de Choque são capazes de aliviar a dor,
regular inflamação, induzir a formação de novos vasos sanguíneos e atividades
celulares para melhorar reparação tecidual nas dores crônicas.
Outros efeitos da Terapia por Ondas de Choque incluem a estimulação da produção de
colágeno e dissolução de células calcificadas.
Aplicação
A eficácia do Tratamento por Ondas de Choque é comprovada em diversas patologias
médicas, sendo frequentemente utilizada no campo da fisiatria, ortopedia e medicina
esportiva. As aplicações são principalmente associadas com o tratamento de distúrbios
crônicos musculares e do tendão, dores cervicais e nas costas. As indicações mais
comuns incluem: ombro doloroso, epicondilite, dor lombar, dor no tendão de Aquiles,
tendinite patelar, fascite plantar e pontos de gatilho.
O curso do tratamento envolve geralmente de 3 a 5 sessões semanais. Durante cada
sessão, cerca de 2000 impulsos de ondas acústicas serão aplicados na região a ser
tratada, e o paciente poderá ter uma sensação de “pancada” interna que acompanha
as ondas sonoras. Logo após o tratamento, o paciente pode retomar suas atividades
diárias normais.